sábado, 31 de março de 2012

São Paulo


Da ampla janela de vidro vejo a noite paulistana. Ônibus, pessoas cansadas, jovens iniciando a diversão da noite. Ainda é cedo para baladas, são 23h50. Fora a luz do sol, a única coisa que diferencia a noite do dia é o menor fluxo de carros. Na cidade que nunca dorme é hora das mais variadas tribos tomarem conta dos espaços e se mostrarem. Namorados perambulam pela noite cinza e sem lua.

No prédio em frente as janelas estão apagadas. As cortinas coloridas escondem desejos, tristezas, vidas amargas, gente triste ou feliz. Ninguém está a vista. Nos outros prédios escritórios vazios. Ao fundo o som da rua tem uma música sertaneja tocando. Coisas estranhas acontecem: um caminhão da limpeza pública passa lavando a rua...


Fotos antigas enfeitam as paredes pastéis do hotel. O amanhã chega lentamente. Em algumas horas o sol vai voltar. A vida continua e tanto faz se estou aqui ou não. Tudo volta a acontecer novamente, camelos vendendo café da manhã; pessoas passando apressadas para o metrô, taciturnas na rotina do seu cotidiano; sorrisos distantes de alegrias não presenciais.  Vidas vividas na fé, no trabalho, na vadiagem, escondendo sonhos. Vidas já sem sonhos; gente sem lutas, lutas sem sonhos. Esperanças. Tem de tudo. São Paulo é assim. Todo mundo e ninguém faz a diferença... 

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